LARGADOS NA PISTA

Na brisa da noite

O tempo estica

As luzes das ruas

Nos sinaliza

Boemios, poetas, cantores

Somos todos artistas

De corpo de alma

Com o copo na palma

Largados na pista

O vento e o suor

Nas nossas camisas

Resfriam o calor

Provocando coriza

O beijo é um mistério

Que a boca pesquisa

Cantando, estalando

Sorrindo, falando

Sem buscar a saída

O sonho e o real

Ficam bem na divisa

Da pureza e o pecado

De maneira indecisa

De um lado o profano

Fumando na esquina

Do outro o sagrado

Louvado, tentado

Segurando uma guimba

Campesinos urbanos exiliados

Carroñeros de sueños perdidos

Campesinos, sí

Ricardo Mezavila
Enviado por Ricardo Mezavila em 20/01/2024
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