DESTINO
Quando brota nas rochas, não sabem as águas onde cairão
Se no leito afluente, se nas quedas dos montes
Não sabem se acharão a sede do andarilho, em algum ribeirão
Nem sabem se subirão às nuvens e recair às fontes!
Quando brota no chão a semente, não sabe que fruto dará
Se será doce na boca, quais serão suas folhas
Não sabem se estarão nos jardins ou se espinhos terá
Nem sabem se tombarão ante os homens, que lhe negam escolhas!
Quando cai das alturas a chuva, não sabe o que ocorrerá
Se no verde do campo, se no pranto do desabrigado
Não sabe se lavouras irão sorrir ou se casas arrastar
Nem sabem se cairão no sertanejo e esquecido chão rachado!
Quando olho o teu olhar, lembro da primeira vez
Se seria uma página eterna, se seria uma simples emoção
Não sabia que ali o destino escrevia o que ninguém jamais fez
Tornando uma aparente aventura em eterna união!