VONTADE IMORTAL
Queira que eu a ame com todas forças,
Que minha alma possa suportar!
Ou que eu minta, que não a lembro,
Quando na verdade, só a escondi de mim.
Não tenhas dúvidas de quem sou!
Tão pouco, venhas a pensar que não existo.
Quero, pois, pôr minha vida em tuas palavras,
E nelas, viver sonhando que um dia,
A cama poderá ter, intensamente, o teu cheiro.
Revelo estar sedento de carícias,
Mas, olho para o futuro, não vejo outra saída.
Quisera que minha vontade imortal,
Fosse teu corpo para inebriar-me,
Contudo, isso é inevitável e insolúvel.
Ser ausente demais, talvez seja,
A existência eterna que eu mereça.
Dar-te-ia a mim mesmo, se pudesse,
Pois as vezes, o sol acaba por estar me acordando.
Desejaria transcender a morte,
Só para que viesse a deitar em meus braços!
Será que velarias-me, como eu faria contigo?
Lágrimas vertentes são como o frio na madrugada,
Impossíveis de desvendar, ao menos que os sintam.
Escuta-me, as preces que venho a expressar:
Como um arcanjo poderá me encontrar?
Nossos caminhos são distantes e invisíveis,
De um medo insano de perder, é que quero amanhecer,
Somente por tuas mensagens, as irrefutáveis,
Onde o beijo é deveras, a colheita que não irá suceder.
Sois o que pensava ser!
E num tom mais baixo, falaria com você.
Sendo seu dono, seu senhor e seu amor!
Um abrigo, seja como realmente for,
Tentando, agora, ser um pouco indiferente.
Não me oponho às suas marcas,
Deslumbrando-me, de artes tão bem criadas!
Com delicadeza e sutileza que são-me indescritíveis,
O ocultismo, de tudo o que me faz mover as asas.
Poema n.3.036/ n.06 de 2024.