Libertação
Tantos versos escritos,
Tantas páginas lidas e tantas citações a que tento escapar diariamente...
Em um mundo que faz de tudo para não parecer banal
Disfarçando a sua própria banalidade por trás de uma suposta consciência poética.
Vou continuar a não fazer o que todos fazem e acima de tudo não vou pensar,
Não vou escrever, não vou sonhar, não vou querer o que todos querem.
Agora no entanto...
Vou querer com mais fatos, com mais veemência, mais força,
Com mais cor, com mais flores ou rasgos de comparada felicidade,
Esquecendo as memórias, as gavetas de versos escritos.
Me emocionando com mais um pôr do sol,
Abraços do meu amado, cheiro de cabelo lavado,
O verso perfeito para o rima alternada.
Não escreverei sobre as lembranças do primeiro amor aos 18!
E agora, olhando ao redor, será que ainda devo amar?
Que me importa!
Vou escrever, fazer poemas, rimas, prosas, versos desencontrados,
Pois agora estou resolvida:
Liberto-me de tudo que me fazia sentir prisioneira.
De tudo que foi mentira, tudo que me foi negado.
Se menti ou reprimi para ser mais verdadeira do que um dia de chuva,
Uma fatia de bolo de chocolate, hoje me sinto liberta.
Nada mais aprisiona a poeta!