LUXÚRIA
no palco
do seu quarto
a minha roupa única,
uma túnica
de seda branca,
lânguida,
com fenda na frente,
a deslizar pelo meu corpo
quente, à espera do beijo
do desejo ardente ...
Vieste sem vestes
e teus lábios ávidos,
debruçaram
no meu sexo
sem nexo,
sem pudor...
Sugara meu néctar
Meu olor...
As mãos ousadas,
macias,
afastavam minhas coxas
Uma língua impávida,
deslizava e penetrava
nos meus abismos,
nos meus cismos
abrindo caminhos,
sem segredos...
Senti seus dedos desfilarem
em meus íntimos...
desfalecia de segundos
em segundos...
penetraste em meu mundo
fascinado, sorrateiro
e numa troca de prazeres...
Senti teu cheiro...
Te encontrei...
E te saciei..
Sufocamo-nos no êxtase
de nossas bocas molhadas,
de nossos corpos entrelaçados,
ritmados em delírios prementes,
em gemidos roucos...
E a semente do prazer
a escorrer em minha pele
em nossa alma...
Nossos olhos enfim se olharam
e cheio de tesão
Com o sexo em riste
Me tomaste, na minha languidez
entreguei-me a ti, novamente,
mais uma vez!
@bmha.
29 /10 /2019
Lido no sarau "crias da mata"