PRESO EM TEUS LÁBIOS
Muitas vezes eu pensei,
Em fugir de mim mesmo e,
Para outros mares, partir!
Mas eu acabo sempre aqui…
Com a minha alma desaparecida em ti,
Ambicionando ter o privilégio de querer-te ao dormir.
E num universo paralelo, descobri que,
Meu coração desperta longe do que eu vivi.
São as feras indomáveis que querem sair,
Somente para levar-me até aquilo que preciso enxergar:
A inocência que trazes em teu doce olhar,
Quando meu ser não resiste mais, e vem,
Necessitando libertar-se, a fim de amar-te,
Deixando-te ir aos lugares mais sombrios,
Deste seu amante, ao habitares, tocando-lhe a face.
Expressivamente, sinto estar preso em teus lábios,
Mesmo que seja em infinitos devaneios!
Construindo e resgatando os poemas que fiz,
E acabo por criar o novo que jamais escrevi.
Conhecer teus segredos,
Só daria-me forças para a batalha contra o tempo,
E o desviar dos sentimentos obscuros que eu tenho.
Como sois a bandeja de pecado a cegar,
Peço que em meio a desilusão, não me condene por tentar.
E se entregar…não vou mais vir a lacrimejar!
Mas o pior engano, será ouvir-te dizer:
-Conte-me se existe em você,
Verdades que eu desconheça?
Isso seria se questionar, de uma vez,
As coisas incompreensíveis,
Que possam vir a me machucar.
Contudo, é assim, que vou estar,
Quando terminantemente, a vida mostrar,
Tudo que se possa imaginar, ao abrir a porta,
De um quarto, que desocupado estará.
Poema n.3.034/ n.045 de 2024.