PRESO EM TEUS LÁBIOS

Muitas vezes eu pensei,

Em fugir de mim mesmo e,

Para outros mares, partir!

Mas eu acabo sempre aqui…

Com a minha alma desaparecida em ti,

Ambicionando ter o privilégio de querer-te ao dormir.

E num universo paralelo, descobri que,

Meu coração desperta longe do que eu vivi.

São as feras indomáveis que querem sair,

Somente para levar-me até aquilo que preciso enxergar:

A inocência que trazes em teu doce olhar,

Quando meu ser não resiste mais, e vem,

Necessitando libertar-se, a fim de amar-te,

Deixando-te ir aos lugares mais sombrios,

Deste seu amante, ao habitares, tocando-lhe a face.

Expressivamente, sinto estar preso em teus lábios,

Mesmo que seja em infinitos devaneios!

Construindo e resgatando os poemas que fiz,

E acabo por criar o novo que jamais escrevi.

Conhecer teus segredos,

Só daria-me forças para a batalha contra o tempo,

E o desviar dos sentimentos obscuros que eu tenho.

Como sois a bandeja de pecado a cegar,

Peço que em meio a desilusão, não me condene por tentar.

E se entregar…não vou mais vir a lacrimejar!

Mas o pior engano, será ouvir-te dizer:

-Conte-me se existe em você,

Verdades que eu desconheça?

Isso seria se questionar, de uma vez,

As coisas incompreensíveis,

Que possam vir a me machucar.

Contudo, é assim, que vou estar,

Quando terminantemente, a vida mostrar,

Tudo que se possa imaginar, ao abrir a porta,

De um quarto, que desocupado estará.

Poema n.3.034/ n.045 de 2024.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 14/01/2024
Código do texto: T7976158
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