A VISITA
Eis que se vão as horas derradeiras e se despede o dia
E a melodia ao som de harpa interior faz um convite à madrugada
Enamorada em rendição a tudo quanto a proibição lhe impedia
Dizendo sim à voz que lhe dizia pra ser paixão sob vazão de lava encorajada!
E na plateia de voraz aparição, somente os casarios mal iluminados e decadentes
A contemplar aqueles passos ardentes que se equilibram em ruas de pedregais
Em direção aos vendavais em braços flamejantes residentes
Que aguardam seus beijos quentes e que a cada revisitação lhe almejam mais!
Quisera o tempo ali se estacionasse até que a saciedade insaciável a si bastar-se
Mal ao final do crime de amor, eis que ele renasce implícito ou expresso
Prisão de vício já confesso, indesatável nó que em fogo fez-se enlace
De dia hábil disfarce - Na alta noite paixão sob regresso!
Seja então blindado esse jardim com roupas pelo chão e corpos que se queimam
Que se revejam e se devorem - que se declarem em cada confissão jamais dita
Que a planta linda proibida se realize nos sonhos que lhe anseiam
Os quais permeiam o pleno ser de um certo jardineiro a quem visita!