A VISITA

Eis que se vão as horas derradeiras e se despede o dia

E a melodia ao som de harpa interior faz um convite à madrugada

Enamorada em rendição a tudo quanto a proibição lhe impedia

Dizendo sim à voz que lhe dizia pra ser paixão sob vazão de lava encorajada!

E na plateia de voraz aparição, somente os casarios mal iluminados e decadentes

A contemplar aqueles passos ardentes que se equilibram em ruas de pedregais

Em direção aos vendavais em braços flamejantes residentes

Que aguardam seus beijos quentes e que a cada revisitação lhe almejam mais!

Quisera o tempo ali se estacionasse até que a saciedade insaciável a si bastar-se

Mal ao final do crime de amor, eis que ele renasce implícito ou expresso

Prisão de vício já confesso, indesatável nó que em fogo fez-se enlace

De dia hábil disfarce - Na alta noite paixão sob regresso!

Seja então blindado esse jardim com roupas pelo chão e corpos que se queimam

Que se revejam e se devorem - que se declarem em cada confissão jamais dita

Que a planta linda proibida se realize nos sonhos que lhe anseiam

Os quais permeiam o pleno ser de um certo jardineiro a quem visita!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 14/01/2024
Reeditado em 14/01/2024
Código do texto: T7976072
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.