O espelho
Quando éramos jovens, os nossos espelhos foram os nossos pais.
Olhávamos admirados e com atenção em cada gesto e fala, imitavamos o que achávamos que era o certo.
E na pré adolescência começávamos a reproduzir esse comportamento na escola e na turma de colegas.
Com o passar dos anos, surgiam as primeiras controvérsias de atitudes de nossos pais, algumas opiniões concordavamos, já outras não. Mas, ali estavam no papel de autoridade, então era lei.
Mesmo assim, a rebeldia sempre falava mais alto e através de outras redes de relacionamentos, as prioridades mudavam e o reflexo se inclinava aos amigos, namoradas e aos ídolos do momento que a mídia construía.
A nossa conduta, é influenciada pelo excesso de informações e contatos aos quais convivemos. Um Ser pensante começa a surgir, mas são tantos conflitos, que diante as decepções e frustrações, sempre voltávamos ao colo dos nossos pais.
Já na fase adulta, após a responsabilidade com o dinheiro ganhado fruto do próprio trabalho, começamos a entender o sacrifício que os nossos tutores fizeram para nos criar e educar.
Quando temos nossos próprios filhos, todas aquelas falas dos nossos progenitores, começam a fazer sentido e ecoam na alma e nos fazem refletir nossas ações.
Ao envelhecermos, reconhecemos o ciclo da vida na sua significância, que cada etapa cumprida entre a busca de se auto reconhecer nos outros, nos fez criar uma pessoa madura.
Deixaremos nas nossas crianças, netos e sobrinhos, fragmentos da nossa essência humana.
Eles se tornarão nossos espelhos.
Aprendemos que toda trajetória de vida faz sentido, na evolução espiritual daquilo que plantamos e ensinamos através do amor.