TÊNUE
As palavras eram doces
E os sentimentos de veludo
Ele a queria por aquela noite
Já ela queria mudar o mundo
As mãos que acalentavam
E expressavam a ansiedade
Ele a sorvia em férteis goles
Já ela absorvia os pormenores
Mas algo bom os assistia
E não se tratava de renúncia
Os devaneios que auspiciavam
A eles não abduziam à revelia
Cada qual a sua maneira coexistia
Abandonavam a falsa modéstia
E quando o assunto era amor
Encurtavam a distância
E ambos aos olhos perseguiam
E aos desejos se curvavam
Havia a plena epifania
Da alma até a aura
O que chegava a doer
Era incapaz de machucar
E na intenção de vos permitir
O deleite consistia ao justapor