ÀS VÉSPERAS
Quero te pertencer, da mesma forma que um dia,
Tenho certeza de que irás vir a ser.
E penetrarás as minhas recordações,
Quando os laços da primeira noite,
Envolver-nos diante de toda a paixão.
Será um êxtase quase que hipnótico,
Um instante de concupiscência então,
Seus toques serão como os de anjos,
Deixando suas vontades a queimar-me.
A veracidade ainda é, e será um mistério,
Perfeitamente insondável, como tu serás!
E assim, só irei te esquecer, depois que você,
Rasgar de vez, inteiramente o meu coração.
E nisso, eu ver que sua boca está,
A mim morder do jeito que eu sonhava.
Suas mãos como doce a me afagar,
Enquanto teu cheiro, passo a viver de pronto.
Alma e vida entre as sombras,
Que dissipam neste e num outro tempo!
Rompendo o passado meu, vendo-me afogando,
E estremecendo em teus braços e nos beijos seus.
No apogeu de tua beleza,
Quero, enfim, me refugiar!
Como um só espírito em um só corpo,
Para depois de todas às vésperas,
Fazer-te como mulher, adormeceres.
Espero que nada disso, seja contraproducente,
Mas que num delírio de prazer, ofereça-me a ti,
Desarmando-me para que venhas a perceber,
O quanto posso dar-te sem ver-te fugir e,
De um medo de amar, insano e louco.
Queiras tirar-me as dúvidas que tenho no olhar,
Num destino incerto, onde eu tenho que sentir teu pranto.
Poema n.3.032/ n.03 de 2024.