Sobre Cometas
Um raio de luz que corta o céu
Sem pudor, sem aviso
Se vai da forma como veio
Deixa lágrimas e sorrisos
Como as coisas que você só enxerga uma vez
Com eles tudo é “time”, tudo é coincidência
Não há como prever a olho nu
A passagem de um cometa
É o instante, é o momento
Como tudo que faz feliz
É a luz que brilha
Nos olhos de um aprendiz
Você foi luz, foi cometa
Foi avistamento na luneta
Me fez viver expectativas
Antes guardadas na gaveta
E no seu olhar por trás de uma xícara
Eu via a imensidão do céu
Hoje fito os olhos no céu
E constelações me lembram você
Pra que lembrar? Como esquecer?!
Tudo que respiro me lembra você
A vida é um monte de trilhos
Como escolher o caminho?
Tentando compensar perdas e ganhos
Não querendo aceitar que tudo é risco
Será que cometi um erro
Deixando você escapar por entre meus dedos?
Deixei sem querer, não por vontade
Talvez nunca saberei o que havia
Nos trilhos que não escolhi
Por me faltar coragem
Coragem para amar, talvez
Ou quem sabe para apenas dizer
Eis a hipocrisia de acreditar
Que só existe o que foi dito.
O não dito é real, palpável
Talvez mais do que se espera
Nossos atos falam por si
Essa é a razão do que escrevo agora.
Entre a areia da praia, a brisa do mar
Vinhos, violões e ciclos completos
Nós dois
E sob as nossas cabeças
A imensidão do universo se pronunciando
No céu noturno
Foi quando num relance
Olhamos juntos para o céu
Então
A lua cheia e as estrelas
Fizeram reverência
À passagem de um cometa
Foi questão de segundos
Foi fulminante, rápido
Sutil e poderoso
Não estaria lá
SE não tivessemos levantado os olhos