Qual Sol que acorda uma estrela

 

Desenho no ar,

com dedos

de nuvem, tua face.

 

Beijo-a neste sonho bom,

para que não te demores

a materializar.

 

É como quando me despertas,

qual Sol que acorda uma estrela,

com dedos de Luz.

 

A palavra, essa que me falas de amor,

nunca envelhece.

 

Matiza-se.

Tintura-se.

Nuanciza-se entre

um gole e outro de ti.

 

E se faz pétala aveludada de mel,

para que meus pés tenham flores

em seus próximos passos.

 

Por isso, não te demores.

Espero-te desde

antes de haver vida.

 

Sou o sonho ancestral

que mora e brilha em teus olhos,

e reflete em mim,

a promessa de eternidade

do Amor e da Vida -

 

para que jamais sintas,

outra vez, a falta

do meu abraço. 

 

Pintura: Monika Luniak