Noite de amor

Eles olham-se, olhos cansados demais para questionar

Silêncio escandaloso, que grita sem gritar

Onde será que se perderam nessa escura noite sem amor?

Mãos geladas que almejam o calor do corpo alheio

Mas não pedem e, assim, controlam-se incontrolavelmente parados

Orgulhosos para admitir erros desconcertantes e fatos formulados em corações desinteressadamente estraçalhados

Levantar o rosto parece tão difícil que a claridade mal chega e vai embora

Nada é feito nessa fria noite sem amor

Mas enfim um momento repentinamente repensado em suas mentes está prestes a acontecer

Talvez por não aguentar mais esperar o que parece de fato tão inesperadamente esperado

Tomam-se conta de que o tempo está passando

Cada batida de seus corações é um momento perdido, levado de si sem questionamentos ou consentimentos

Olham-se, notam-se

As batidas passar a soar iguais

Uma força ainda tão fraca que pouco consegue impulsionar

Mas não desistem

Aos poucos estrelas vão aparecendo nessa fria noite sem amor

Batidas iguais em mundos que pareciam distanciadamente unidos

Por um elo que sem explicação nem requerimento ou condição apareceu

Devagar como os seus movimentos, o que parecia perdido toma conta do ar

Tentam gestos ensaiados, nada parece ter sido sentido antes

Como em um filme, as mãos finalmente entrelaçadas

O olhar mostra uma devolução e devoção que há tempos sumira

Entregam-se ao que por medo pouco deram

Agora são, nessa escura noite de amor

Apaixonadamente, novamente apaixonados.

Edivânia Barbosa
Enviado por Edivânia Barbosa em 08/01/2024
Reeditado em 08/01/2024
Código do texto: T7971497
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