Um Amor Imaginário
Era uma noite silenciosa, eu te esperei,
Mas tu, em sombras, não apareceste, não chegaste me desesperei.
Na trama, dramas e pesadelos, incansavelmente te busquei,
Mas tua imagem escapou como o vento que se vai.
Ontem, hoje, amanhã se confundem,
O tempo se dilui, como a tinta na água,
Teu rosto desvanecendo, como neblina ao sol,
Perdido entre as dobras do espaço, em meu peito a dor que corrói.
Nas esquinas do ontem, perdi tua pegada,
Perdido no labirinto do esquecimento, que nunca se acaba.
O relógio já não marca as horas que antes marcava,
E na cronologia do tempo não lembro o caminho de casa.
Às vezes, penso se foste real, ou mero devaneio,
Um lapso percebido na ampola do tempo,
Talvez nunca tenhas pisado esta realidade,
E eu, na busca incessante, te criei na saudade.
Entre o ontem e o agora, entre o real e o sonhado,
Persiste a incerteza, o mistério não revelado.
Mas na sombra da dúvida, floresce um sentimento,
Que mesmo na ausência, mantém-se, eterno.
Assim, te espero nos sonhos, nos vestígios do tempo,
Na fronteira do que foi e do que não foi vivido.
Pois mesmo que seja só um eco no passado,
Em meu coração, és amada que vagueia.