o nosso canto

entre meias palavras

busco colocar pra fora

o quanto me remonto

em você

passeio por entre os temores

tremores e sabores

desse canto vívido

na beirada da janela

a ternura em gestos

grandiosos de sentimento

nega a finitude

dos detalhes

afagar teu rosto

sob a luz baixa

da tua luminária

retira minha seriedade

em mim ressoa o doce desejo

de contemplar a tua existência

que me presenteia

com tamanho verso

seu sentimento chega íntimo

aberto, solto

com ânsia e apelo

e meu ser transborda

o tempo faz pouso breve

e pra trilhar o que quase perdi

estendo uma serenidade

que só amadores podem oferecer

estive fora do lugar

e a chuva me trouxe de volta

o baiano já bem me alertava:

pensa com o coração, bichinha

e hoje o acordar tem outro gosto

cheiro toque ardor

com você pude recordar

a satisfação de ser eu

abro meus caminhos

com a fé que me guia

e levo você

às minhas frágeis orações

de canto de olho

na claridade do tempo

vejo seu ser vulnerável

e ali crio moradia

para despertar o teu senso

de apaixonante sujeito

cuja presença instiga e desperta

a mais gentil comoção

observando seus encantos

não te recrio

amar é dar-lhe coragem

de ser amado por inteiro

o ponto final não nos cabe

e numa mesa de bar

é do teu copo que bebo

é o teu gosto que eu provo

Nicoly Diniz
Enviado por Nicoly Diniz em 06/01/2024
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