Voa, passarinho!
Voa, passarinho!
Meu sonhos despedaçados,
origami de massapê esfacelado
nas artérias dos neurônios,
licença poética,
silente grito por socorro,
licença, senhores,
que
o
pássaro tem pavor às gaiolas.
Voa, passarinho!
Teu olhar despedaçado,
a cama desarrumada e amassada
pelo furor do corpo nu
que evidencia a nudez do espírito
sem paz, sem vida,
quarto de boteco,
palácios de cristal,
impressões digitais
de quem morto,
julgou-se vivo,
não importa a anedota,
não importa a prestação.
Voa, passarinho!
Rumo a jardins de outrora,
descanso certo para tua alma sobrecarregada,
veredas antigas há muito esquecidas,
o deleite da vida aos pés da VIDA que
se fez carne por mim e por ti,
embora escarnecido,
embora crucificado,
o Filho em forma de Pai,
horizonte certo aos que expiram nesta hora...
Não é chegada a hora, passarinho,
pois os laços já se armaram,
teus passos já foram contados,
teu sopro posto à mesa como prêmio
diante do mundo que te encerra
num ato derradeiro.
Mas pássaros voam, Senhor!
Por que, então, passos?
Hoje sei:
Apostaram minha cova
sem saber que a BOA NOVA
me eximiu de toda culpa,
me encheu de toda Graça,
me fez voar alto,
não refém de nada
nem escravo de ninguém,
como só aos pássaros convém!
Ele nos libertou do império das trevas e nos
transportou para o reino do Filho do seu amor,
no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.
(Colossenses 1:13,14)