Amor, Esquecimento e Lembrança
Quanto de mim existe em ti
E quanto de ti em mim
O desejo que aflora dentro dos
nossos corpos
As nossas almas nos caminhos plenos
soltemo-las aos ventos
Para que nada as detenha
Porque senão nós nos perdemos
na única possibilidade de voar e no mar
sem fim morreremos
Como o fogo que consome toda a lenha
É este o amor que nos envolve
Como fosse água, fogo, terra, ar e vida
Transfigurando nossas almas em apenas uma
Em um sentir que traz esta felicidade suicida
Que o vento carrega no tempo como uma pluma
Quero que existas em mim assim como quero
existir em você, como duas gotas de orvalho
que se juntam comovidas
E eclodiremos no início da madrugada
Na maravilhosa essência de uma unidade de amor
Como o mar e suas ondas
E seu rugir quebrando as ondas de silêncio e beijando
as areias com ardente furor
Possuiremos-nos mutuamente destruindo o individuo
e juntos partiremos adentrando ao mar
delizando como um sudário sobre a bruma
ao furor dos ventos, ao encontro da alvorada
como um único ser criança
e seremos por apenas um momento
amor esquecimento e lembrança
Todo o poema é de amor
por que é fogo que nunca apaga.
Que aos olhos o silencio abala
e a quem o lê, seja de onde for,
cala...