Encantos da Lua Nova E veio ela novamente a tempo, que bênçãos... A dama de bilhões de anos atrás, cada vez mais “Nova”... Feita debutante, formosa menina, desconfiada Uma noviça-flor, a joia mais graciosa do alto, acanhada Despida, inocentemente frisante e linda, envergonhada Num cantinho estratégico de céu, encoberta, brilhante, prateada! ...sem fazer alardes, e de arrabalde... Com nuvens cinzentas, ordeiras a acobertar sutis silhuetas A parecer que nem deu tempo direito de se emperiquitar e se vestir Quem sabe atrasada, precisando se adiantar, entrar, renascer e surgir A graciosa, amiga de todas as estrelas, a exuberante ninfeta adorada Um verdadeiro colírio para os olhos de qualquer um, afeito e sensível ao amor! E como num passe de mágica... Numa coisa, mais santa, maravilhosamente doce e sublime Desaparece uns segundinhos a mais, por trás de fileiras de nuvens A voltar, ainda mais bela, ornada em colar, coroada de vagalumes Coadjuvantes pirilampos, convidados protagonizar linda noite Vindo ela, vestido longo, branco, deixando-se ver, amostras anáguas. Minutos antes, pena era boquinha da noite...escurinho Um “não sei o quê”, que não sei porque tanto me deprimia Cedinho cá embaixo, belo arrebol, beira rio, eu triste pescando Cabisbaixo, perdido e distante, impreciso, vagamente pensando Perguntas sem respostas, num vácuo, com o nada e o vazio, me rodeando Imaginando-te num sonho, novinha, convidada à quem sabe ser, minha amada! Momento indescritível demais...sublime demais... Ver você essa hora! Mais uma prova do Poder infinito de Deus Ao olhar para trás, te fitar, contemplar, te mirar, poder te rever Ali estavas! Sim, como se ao meu toque de dedos, ali estava você Me gostando (pretensão a minha, não é mesmo?), brincando comigo Exageradamente, mais linda e novíssima, inteirinha refletida nas águas!