PAIXÃO
Com todas as rimas eu canto,
Oh homem do meu encanto
Tua boca que ri do meu pranto.
Dispo os véus de muitas cores,
Digo palavras de pecadores
Dou-te meu corpo sem pudores.
Sorvo teu hálito benfazejo
Num quente longo beijo
E tua mão aguça o desejo
De me perder em louca orgia,
Pois morro de tanta agonia
Se não estás presente todo dia.
A fome de ti me governa,
Sua ânsia apaga a lanterna
Que tenho à porta da taverna
Da minh’alma sedenta de prazer
Que, sem saber o que fazer,
Vaga no deserto de te querer.
01/11/04.