Vício de Amar
Não, não é pelo vício que anseio por ti,
Mas pelo amor.
Teus olhos teriam sido suficientes para mim
Na ausência dos teus lábios.
Enquanto eu escrevo palavras de amor
Que não sabem e não significam nada,
Mas se proferidas por tua boca,
São capazes de me embriagar.
Me pergunto se o amor tem o direito de arrebatar
Uma pessoa do seu destino, talvez até banal,
Mas cheio de tranquilidade.
Sim, respondo para mim.
E cada vez mais me convenço disso.
Porque um amor, aquele que te marca e também te tira o ar,
Muda a alma tornando-a quase tão inconsciente,
Como se vivesse mergulhada
Na profunda letargia do verbo amar.