Às vezes, você é assim para mim
Já tem várias noites seguidas
que a madrugada me roubou o sono.
Encarei tanto o teto
que ele se tornou
minha obra preferida.
É silencioso e barulhento
ao mesmo tempo.
Todos os "e se"
me assombram numa ciranda
redundante e sem fim.
Não é pesadelo,
eu nem cheguei a dormir.
Os olhos pesam,
mas não se fecham
por completo.
Estou cansada,
mas minha mente insiste
em viver no inquieto,
No momento em que tudo gira,
quando um pouco do álcool já se foi,
mas ainda há esperança perdida.
Ela roda pelos labirintos
desenhados pela fala arrastada
e o andar desajeitado.
Eu não quero que o amor
seja como o álcool para mim;
Quero que ele fique.
Quero que ela fique.
Não quero me jogar no abismo,
quero me afundar no riso.