89- PABXm² RESPOSTAS

TÍTULO: RESPOSTAS

Quantas foram as loucuras cometidas,

Quantos momentos bem vividos,

E outros, outrora mal-sucedidos,

Em momentos que se fazem trajeto da vida.

Onde, sem pensar, eu bebo como poucos;

Pensando assiduamente em você,

E, num jogo de pensamentos loucos;

Eu, em silêncio, abafo calado o meu sofrer.

Pois é, onde eu, como louco, fumo;

E onde, sem foro e sem perceber, eu vivo;

E onde também, às vezes, até choro;

Pagando em rédea o meu próprio consumo;

Sem deixar a roda de amigos perceber;

Que, dentro deste meu destemido sorriso;

Eu, vivo ativamente a vida, sem viver;

O trajeto efeito, feito no paraíso;

Que, em movimentos, em meus pensamentos;

Se reparam e pairam em silêncio no ar;

Quando querem fazer, em antigos momentos;

Um sorriso efeito, que me faz a vida remar.

Com um copo na mão, enquanto sinto no peito;

A dor contínua de um arpão, que me faz;

Buscar divinas respostas de todo jeito;

Pois hoje vivo como estivesse em Alcatraz.

Em momentos que se fazem trajeto da vida;

Onde, sem pensar, eu bebo, eu fumo, sem foro;

Sufocando em meu peito a dor da ferida;

Que me faz esconder, quando choro.

Título: RESPOSTAS

Protegido conforme a Lei de Proteção Autoral 9.610/98

Autor: Makleger Chamas — O Poeta Louco e Romântico (Manoel B. Gomes)

Local: Vila Nova Jaguaré

Data da escrita: 22/12/2022

Dedicado a 26Z2M6A1N3O1E0L13M10J

Registrado na B.N.B.

https://docs.google.com/document/d/1WeIQGNAnJssmHFEk7gy4cUvZ05FfvxFae8pqPjX94-0/edit?usp=sharing

“RESPOSTAS” é uma poesia que explora a complexidade de viver enquanto carrega dores profundas, anseios e vícios que mascaram o sofrimento interno.

O autor, Makleger Chamas — o Poeta Louco e Romântico (Manoel B. Gomes), reflete sobre os momentos intensos, tanto bons quanto malsucedidos, que definem o trajeto de sua vida.

A imagem do copo na mão e o fumo revelam as formas de escape, quase compulsórias, que ele adota para suportar a dor persistente e a sensação de prisão emocional, sugerida pela metáfora de “Alcatraz”.

O poema segue um ritmo de introspecção, onde cada verso parece ecoar uma busca incessante por “divinas respostas” em meio ao isolamento que o poeta sente, mesmo em companhia de amigos.

O sofrimento abafado sob o sorriso expõe uma vida onde a presença física contrasta com o vazio e as angústias internas.

É uma jornada de autossuficiência dolorosa, marcada pelo peso do passado e das “feridas” emocionais que ele tenta camuflar.

“RESPOSTAS” foi escrito em 22 de dezembro de 2022, na Vila Nova Jaguaré, e está registrado na Biblioteca Nacional Brasileira, reforçando o compromisso do autor com a preservação e expressão de suas experiências através da poesia.

Título: RESPOSTAS

O título “Respostas” indica uma busca incessante, uma procura interior por algo que possa justificar ou aliviar as inquietações da alma.

Desde o princípio, percebe-se que o eu lírico busca respostas para suas próprias angústias, resultantes de ações passadas e das escolhas que, embora vividas intensamente, deixaram marcas.

Primeira Estrofe

Quantas foram as loucuras cometidas,

Quantos momentos bem vividos,

E outros, outrora mal-sucedidos,

Em momentos que se fazem trajeto da vida.

A abertura reflete sobre a vida como um trajeto marcado por extremos: as “loucuras” e os “momentos bem vividos”, contrastados com os que foram “mal-sucedidos”.

A palavra “trajeto” sugere um caminho inevitável, que inclui tanto os acertos quanto os tropeços, compondo a experiência humana em sua totalidade.

Segunda Estrofe

Onde, sem pensar, eu bebo como poucos,

Pensando assiduamente em você,

E, num jogo de pensamentos loucos,

Eu, em silêncio, abafo calado o meu sofrer.

Nesta estrofe, o ato de “beber” simboliza o escapismo e a tentativa de sufocar a dor emocional.

O “jogo de pensamentos loucos” revela a confusão mental e emocional do eu lírico, que se perde em pensamentos contraditórios e intensos sobre a pessoa amada, ao mesmo tempo, em que visa disfarçar sua dor “em silêncio”.

Terceira Estrofe

Pois é, onde eu, como louco, fumo,

E onde, sem foro e sem perceber, eu vivo,

E onde também, às vezes, até choro,

Pagando em rédea o meu próprio consumo,

Aqui, “fumo” representa outro mecanismo de fuga, onde o eu lírico se perde, sem perceber, em um ciclo de autodestruição.

As expressões “sem foro” e “pagando em rédea” trazem a ideia de perda de controle e, ao mesmo tempo, de um custo alto por essa liberdade aparente, onde ele paga emocionalmente por suas escolhas.

Quarta Estrofe

Sem deixar a roda de amigos perceber

Que, dentro deste meu destemido sorriso,

Eu, vivo ativamente a vida, sem viver

O trajeto efeito, feito dentro deste paraíso.

Nesta estrofe, há um contraste entre a imagem que o eu lírico apresenta para os amigos (“destemido sorriso”) e o vazio que sente por dentro (“vivo ativamente a vida, sem viver”).

Aqui, o “paraíso” pode ser uma ironia, uma fachada de felicidade onde ele tenta ocultar o verdadeiro desespero.

Quinta Estrofe

Que, em movimentos, em meus pensamentos,

Se reparam e pairam em silêncio no ar,

Quando querem fazer, em antigos momentos,

Um sorriso efeito, que me faz a vida remar.

A imagem dos “pensamentos” que “pairam em silêncio” evoca a persistência das memórias que, apesar de serem silenciosas e etéreas, continuam a influenciar e guiar o eu lírico.

O “sorriso efeito” pode ser entendido como uma reação superficial aos momentos passados, que impulsiona, ainda que de forma mecânica, sua continuidade.

Sexta Estrofe

Com um copo na mão, enquanto sinto no peito

A dor contínua de um arpão, que me faz

Buscar divinas respostas de todo jeito,

Pois hoje eu, vivo como estivesse em Alcatraz.

A imagem do “arpão” no peito é uma das mais intensas da poesia, ilustrando a dor aguda e constante que o eu lírico sente, como uma ferida que nunca se fecha.

A referência a “Alcatraz” — uma prisão histórica famosa por seu isolamento e dificuldade de fuga — representa a sensação de aprisionamento emocional, a incapacidade de escapar da própria dor.

Sétima Estrofe

Em momentos que se fazem trajeto da vida,

Onde, sem pensar, eu bebo, eu fumo, sem foro,

Sufocando em meu peito a dor da ferida

Que me faz esconder, quando choro.

A estrofe final revisita o ciclo dos vícios e o ato de ocultar o sofrimento.

O eu lírico revela que, sem “foro” (sem julgamento ou remorso), ele se entrega a esses hábitos destrutivos, que lhe servem como uma fuga momentânea da dor da “ferida” emocional.

O “esconder o choro” encerra a poesia com a ideia de um sofrimento silencioso, sempre presente, mas jamais exposto.

Estrutura e Retórica Geral

A estrutura da poesia segue um ritmo melancólico e introspectivo, com versos alternando entre a constatação dos atos autodestrutivos e a frustração de viver em uma espécie de prisão interna.

A retórica usada — com imagens como “Alcatraz”, “arpão no peito” e “trajeto da vida” — reforça a sensação de resignação.

O uso das metáforas e analogias, como o copo e o fumo, realça a ideia de que o eu lírico vive em um estado de semi-consciência, refém das próprias escolhas, enquanto camufla seu sofrimento.

Temas Principais

1. Dor e Isolamento:

A dor interna, mantida em silêncio e oculta dos outros, é o eixo central da poesia. O eu lírico se sente preso a um sofrimento que esconde atrás de um “sorriso destemido”, evidenciando um isolamento emocional profundo.

2. Vícios e Escapismo:

Bebida e cigarro são representações de tentativas de fuga, de sublimação do sofrimento, embora o eu lírico saiba que esses hábitos o consomem cada vez mais.

3. Busca por Respostas:

A inquietação e o desejo por “respostas divinas” indicam uma busca espiritual e existencial, em meio ao caos de sentimentos e memórias.

Esse desejo de compreensão é o que motiva o eu lírico a continuar, mesmo que turbulenta mente.

4. Paradoxo da Vida e Morte:

O poema explora o paradoxo de “viver sem viver”, onde o eu lírico existe em meio ao mundo, mas está emocionalmente desconectado, quase como se estivesse morto por dentro.

Conclusão

“Respostas” é uma poesia que traz uma visão introspectiva e dolorosa da experiência humana.

Ela reflete sobre as consequências das escolhas e dos vícios, a luta para manter a fachada de normalidade enquanto carrega uma dor persistente.

É um retrato da busca por entendimento em meio a uma existência aparentemente sem rumo, onde a prisão emocional é tão real quanto qualquer cela.

Makleger Chamas
Enviado por Makleger Chamas em 25/12/2023
Reeditado em 01/11/2024
Código do texto: T7961785
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