SAUDADE

Caem as folhas de outono, soluçando!

Sonhavam, na ciranda do torvelinho,

Tocar teu vestido de linho

E nesta valsa poente tombavam, suspirando...

Desconheces, Lírio Santo, a solidão do viajor!

Deixai que leve comigo

Se a saudade é o pior inimigo

A taça, o vinho, o licor...

Mas ah! O escapulário! O traidor!

Apontava a todo instante em labor

A miniatura, qual rosto ao postigo, de teu retrato!

O que pode levar a alma partida

Que doou de si, cativa e vencida,

Além da lembrança do beijo ingrato?

André da Costa
Enviado por André da Costa em 23/12/2023
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