Mergulhando o coração
Nostalgia é quando o avô parte, e o sol do seu sorriso se põe, mergulhando o coração numa noite que não se repete. É o suspiro profundo, a saudade que se forma como sombras estendidas pelo crepúsculo. Cada lembrança é um facho de luz que se apaga, e ficamos contemplando a escuridão das ausências.
Sentimos saudade dos nossos cachorros quando as pegadas do fim de semana nos levam para longe. É o eco dos latidos que ressoa nos espaços vazios, a ausência que se faz sentir como uma brisa fria. A casinha que abrigava a alegria agora parece guardar apenas silêncio, e a nostalgia se entrelaça com a lembrança dos rabos abanando, das patinhas saltitantes.
Nostalgia é quando o pôr do sol nos faz recordar o cair da tarde ao lado dos que amamos. As sombras alongam-se como dedos que tentam alcançar o tempo que escorreu por entre os dedos. Cada instante vivido torna-se uma pérola na corrente da memória, e o lamento suave da saudade é a melodia que ecoa na penumbra.
Sentimos saudade do calor dos abraços, do som da voz que contava histórias. Nostalgia é olhar para a cadeira vazia e sentir o eco das risadas que ali dançavam. É como folhear um álbum de fotografias, onde cada imagem é uma página que não podemos virar novamente.
A nostalgia nos leva a um passeio pelo jardim do passado, onde as flores da lembrança desabrocham, colorindo a paisagem do que foi. É uma viagem sutil, um retorno aos momentos que, como borboletas, pousaram brevemente em nossas vidas.
E assim, a saudade e a nostalgia se tornam nossas companheiras de jornada. Cada lembrança, uma luz suave que ilumina o caminho. Cada ausência, um convite a valorizar o efêmero. Em cada pôr do sol, encontramos a beleza única de ter vivido, e nos despedimos suavemente, sabendo que as memórias são o tesouro que fica, mesmo quando a noite da saudade se estende.
Diego Schmidt Concado