Melodia
Saudade é o eco que ressoa quando o ser amado parte, uma melodia suave que permanece no silêncio da ausência. É sentir a presença mesmo na distância, como uma flor que desabrocha na alma, regada pelas lembranças e pelos momentos compartilhados. É a certeza de que o amor transcende a presença física, uma luz que ilumina os dias mesmo quando o ente querido não está mais ao nosso lado.
Nostalgia, por outro lado, é quando o próprio amor também se despede, um suspiro pesado que se mistura ao vento da lembrança. É reviver os dias que não voltam mais, sentir a melancolia dos momentos que se perderam no tempo. É como folhear um álbum de fotografias, onde cada imagem é um fragmento do passado que não se repete.
Saudade a gente sente quando o ninho se esvazia, quando os pais permanecem na casa e a vida nos chama para novos horizontes. É o coração apertado ao fechar a porta, aconchegando-se na certeza de que a distância não separa os laços de amor. É a jornada da independência, o voo que nos leva a qualquer canto desse vasto mundo, mas o coração, sábio, guarda o lar onde as raízes foram plantadas.
Nostalgia é quando recordamos da infância, dos dias em que os pais jogavam bola ou brincavam de boneca. É um olhar para trás, para as risadas compartilhadas e os gestos simples que construíram o alicerce da nossa existência. É sentir a doçura da inocência, o calor dos abraços que moldaram quem somos.
Assim, saudade e nostalgia entrelaçam-se como fios de uma tapeçaria, cada um contando uma história distinta. Enquanto a saudade acalenta a alma com a presença ausente, a nostalgia é o perfume das lembranças que paira no ar. Ambas são testemunhas silenciosas do tempo que passa, da jornada que é a vida, onde o amor tece seus fios invisíveis e eternos.
Diego Schmidt Concado