Tristeza
Tristeza é quando o céu desaba em lágrimas,
Quando a chuva cai como eco do pranto,
É o calor em excesso, como brasas que queimam,
O corpo dói, pesa, um fardo no encanto.
É quando o sono escapa, uma noite breve,
O corpo, exausto, em silêncio protesta,
A voz que sai fraca, como um murmúrio leve,
Palavras cessam, a tristeza é a orquestra.
Dormir pouco, como jornada infinda,
A voz, timbre frágil, ecoando na penumbra,
As palavras desaparecem na ferida,
O corpo desobediente, em sua penumbra.
E a graça se perde, como estrela apagada,
No universo da tristeza, um céu sem luz,
O riso esquecido, como flor murchada,
Tristeza é quando a alma se conduz.
É quando o sol não aquece, é sombra fria,
A tristeza, nuvem densa que paira,
E na melancolia, a alma se desguia,
Buscando um sol que a tristeza desmembra.
Tristeza é o silêncio de um coração pesaroso,
Como o vento que sopra em noite sombria,
Um lamento calado, profundo e choroso,
A tristeza é quando a alma adoece, vazia.
Mas que a tristeza seja como nuvem de passagem,
Que o sol retorne, a alma reencontre a cor,
Que o calor do afeto dissipe a aragem,
E a graça retorne, trazendo alegria e fulgor.
Diego Schmidt Concado