Chuva
Chove. Há um silêncio que envolve a terra,
Como um manto sereno, paz que se expande.
A chuva, nesse instante, se faz música rara,
Cai com sossego, sem alarde que demande.
O céu dorme, coberto por nuvens que flutuam,
E a alma, em seu viúvo silêncio, se perde.
Entre gotas que dançam e a noite que escuta,
O sentimento, como a chuva, se alarde.
Chove. Renego o "quem sou" em reflexão,
Na serenidade da chuva, questiono a existência.
O silêncio, testemunha da introspecção,
Um diálogo mudo, com a própria consciência.
Tão calma a chuva, como um suspiro do céu,
Que se solta no ar, leve e quase etéreo,
Como um sussurro suave, como um véu,
Que envolve a terra num abraço sério.
A noite abraça a chuva, dança em harmonia,
E na serenidade, descubro a poesia.
Cada gota, uma palavra em melodia,
A chuva é o poema que a alma anuncia.
Chove. E no silêncio, nasce uma canção,
Que ecoa nos cantos da alma, em profusão.
A chuva, poesia líquida em expansão,
Um diálogo entre o céu e o coração.
Diego Schmidt Concado