Profetas
Profetas desafinados, tempo é surdo à canção,
Nas notas incertas do destino que tecemos,
Se ao menos soubesses, em nosso coração,
A melodia oculta, que em segredo oferecemos.
A partitura da vida, em linhas entrelaçadas,
Desafia profetas, em sua compreensão,
Tempo, em sua surdez, nas horas desenhadas,
Não percebe o lamento, a sutil emoção.
Se ao menos, visse o que em nós pulsa,
Nas rimas cruzadas da existência, verso a verso,
O mistério que o tempo, em surdez, repulsa.
Neste soneto, a revelação é um universo,
Profetas desafinados, ao compasso da ilusão,
Tempo, cego ao segredo, na dança da criação.
Diego Schmidt Concado