INTENSIFICADOS
No que está pensando, diz meu coração!
Para parar de viver se enganando e,
E vir a buscar em sua inteireza,
Aquilo que só te faz querer sorrir.
Ah, doce esperança!
Sou tua máscara e teu poder.
Tua voz e teu jeito de renascer!
Que faz-me contigo pelas matas, correr.
E por entre os sonhos meus, a convidar-te!
Sentir de alguma maneira, na poesia, o baluarte.
Onde estreito nós, está, todas as partes de um só!
E nisso, ouvir em ti, suas veias pulsando o plasma,
Como as óperas clássicas a virem a nos despertar.
Eis que estais trajada de alabastrino,
Deitada em seu eterno leito, acordando.
E supostamente, eu não estou lá pra você!
Então, ergues-te apressadamente, pondo seus pés,
Sobre as diversas pétalas de rosas ao chão do cômodo.
Caminhas-te com uma nobre taça, do refinado vinho,
Sem pronunciar nada, de tuas transmutáveis palavras.
Reminiscências são inevitáveis!
Viventes assim, como seus cabelos soltos.
Teus olhos a mirar para um corredor estranho,
E os lábios, iguais aos das ninfas, a me procurar.
Dentro de mim, te encaro, e digo:
-Sabe…respaldo-me sempre em sua integridade,
Sendo que é em sua imperfeição, o jeito mais puro de te amar,
Provando a cada minuto, a profundidade do mel que há.
E num lapso de memória, o timbre de suas cordas vocais,
De maneira baixa, vem a me rasgar, implicitamente:
-Manifeste o seu desejo em mim, como se seu corpo,
Possuísse-me enlouquecidamente de febre, e sua alma,
Intensifica-se, devorando-me a substância que me dás.
Poema n.3.024/ n.93 de 2023.