Separação
No eco do esquecimento, silêncio se instaura,
Palavras que antes feriam, agora são sombra obscura.
A voz, serena, não treme, não busca compor,
No palco do olvido, um ato sem ardor.
Esquecer é desvestir a pele do passado,
Caminhar sem olhar para trás, desapegado.
Não há trepidar de pernas ao seu avistar,
No coração, a chama extinta, a pulsar.
O interesse desvanece, como neblina ao sol,
Entre dois destinos, um encontro que se anulou.
O sentir que restou, um eco desvanecido,
Em cada verso, a memória entrelaçada ao olvido.
Mas sutil persiste um fio, um laço tênue,
Ecos de sentimentos, não completamente nulos.
Pois, na dança do esquecer, resquícios persistem,
Em um palco vazio, onde a história insiste.
E assim, no palimpsesto do coração,
Lê-se vestígios, uma tênue conexão.
Esquecer, não apagar por completo,
Pois o amor, mesmo esquecido, deixa seu afeto.
Diego Schmidt Concado