Separação

No eco do esquecimento, silêncio se instaura,

Palavras que antes feriam, agora são sombra obscura.

A voz, serena, não treme, não busca compor,

No palco do olvido, um ato sem ardor.

Esquecer é desvestir a pele do passado,

Caminhar sem olhar para trás, desapegado.

Não há trepidar de pernas ao seu avistar,

No coração, a chama extinta, a pulsar.

O interesse desvanece, como neblina ao sol,

Entre dois destinos, um encontro que se anulou.

O sentir que restou, um eco desvanecido,

Em cada verso, a memória entrelaçada ao olvido.

Mas sutil persiste um fio, um laço tênue,

Ecos de sentimentos, não completamente nulos.

Pois, na dança do esquecer, resquícios persistem,

Em um palco vazio, onde a história insiste.

E assim, no palimpsesto do coração,

Lê-se vestígios, uma tênue conexão.

Esquecer, não apagar por completo,

Pois o amor, mesmo esquecido, deixa seu afeto.

Diego Schmidt Concado

Bipolar Poeta
Enviado por Bipolar Poeta em 17/12/2023
Código do texto: T7956131
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