Navegar em Mares do Sol ou da Lua Benfazeja
Também já tive dias
em que direcionei minhas velas
para o meio dos vendavais.
Fui plantadora de tempestades
e por elas inclinei ora à bombordo,
ora à estibordo, por mares sem fim.
Naveguei oceanos profundos
em busca de cascalhos
e cavei fossos de sofrimentos abissais.
Tive experiências indizíveis,
enquanto perdia o ritmo,
o rumo e o prumo
de minha jornada
pelas águas da vida.
Banhei-me próximo aos sumidouros
e neles rodopiei só para ver onde iriam desaguar
e se conseguia o tempo capturar.
Rocei a superfície da vida
e me aprofundei na morte.
Dela tenho vasto conhecimento,
tanto de idas, como de voltas...
E falando em voltar...
quero navegar
em águas quentes
do Mar e do Sol
- ou da Lua Benfazeja -
dançar na imagem invisível da canção
e ser feliz, rodopiante
de luzes coloridas
e Sementes carregadas
nos braços feitos do Amor...
sempre junto, sempre perto...
de Mãos-dadas com, da Paixão,
o inebriante calor...