CREPÚSCULO CRESCENTE
Em rosas, versos e vinhos,
Eu não quero nem lembrar.
Nesse véu que cobre teu rosto,
O dilema é tentar se fechar.
Seus olhos não me convencem,
E por vez, digo o que esperar!
Que amar é trair a mim mesmo,
E que porta trancada, ninguém pode entrar.
É por esta razão que,
Nenhuma nova inspiradora,
É capaz de entender meus escritos,
Nem como eles se completam ao mar.
Os mananciais, são porventura,
Águas que correm ininterruptas,
E lá na distância, eu vejo,
O tempo que não quer parar.
Questiono para a minha inteireza:
-E as questões imutáveis?
Respondo-me mediante ao que penso:
-Existe um enorme intervalo,
Algo entre eu e todas as musas,
Nisso, todas as coisas, sim, são imutáveis.
Talvez, de maneira hipotética,
Vir a ser uma criatura da noite,
A vagar pelos umbrais,
Pedindo a Deus, me ajude,
Eu preciso encontrar minha paz.
E brigando com o meu próprio ego,
Num crepúsculo crescente,
Um silêncio só, se manifestar a escuridão,
Ansiando por diante do anjo da morte,
Ver com clarividência, a verdadeira israelense,
Entre dois mundos, que acabaram se cruzando.
Poema n.3.023/ n.92 de 2023.