"Nada ortodoxos é o que somos".
Procurei entender se havia ultrapassado alguma linha invisível entre nós.
O que faz você ir e vir assim a Bel prazer.
Sem pedir licença.
Só para marcar presença e dizer que ainda está onde sempre esteve.
Em minha mente.
Compreender para quê?
Pensando bem "nada ortodoxos" nos define.
E é tudo o que somos.
Porque não somos nada.
Às vezes me pergunto o que desejaria que fosse.
Coração tem dessas coisas malucas que nos prega peça.
Nos faz viajar entre céu e inferno com a facilidade do estalar de dedos.
E não devemos jamais subestimar o poder de um pequeno gesto.
Porque ele basta para nos conectar com alguém por um tempo infinito.
Não havia nada.
Foi algo maior.
Talvez uma imagem sem palavras.
Como para me lembrar de maneira sutil que você existe em um outro plano que não faço parte.
Aliás, os planos são seus e nunca meus.
Estamos num jogo delicioso e enigmático.
Me encanta jogar.
Entre estratégias e investidas.
Eu apenas jogo.
Me policiando entre limites.
Esperando que venha até mim quando assim desejar.
Sendo intensa o suficiente para lhe mostrar porque
você joga.
Independente da distância.
Da vida cotidiana que nos mantém cada qual em seu mundo.
Você me procura.
E eu me entrego.
Você me incendeia.
Eu trago luz ao seu dia.
Com minha atenção escancarada.
Com meu desejo quente que arde e pulsa na pele.
Seria um acalanto ao ego?
Ou será um afago ao coração?
Saber que em algum lugar do mundo
existe alguém que quando pensa em ti o sangue ferve.
Flui pelo corpo inteiro.
E nos prova o quanto é bom estar vivo.
Para sentir, sentir, sentir.
E apenas deixar-se sentir.