Suas aragens pousam seus braços em nós
Nenhum vento
que ruboriza a tez
se veste de ameno.
Se há essa cor de sangue
em suas brisas é porque
é atroz e cheio de labaredas.
Suas aragens pousam em nós
os braços de tempestades
e açoitam nossos muros e paredes -
derrubando nossas defesas,
invadindo nossas fortalezas
e eriçando todos os nossos sentidos.
E quem procura saídas
quando as portas se abrem
e seu ciclone entra,
voraz e guerreiro,
rodopiando tudo
e fincando suas âncoras
em nosso corpo ?
Deixa tingir de escarlate
a face sonhosa
onde ardem, quentes,
dois olhos brilhantes de sóis!
Pintura: Olga Tsyhypko