AMOR DEMONÍACO

 

 

Olho nos teus olhos

E vejo um mar imenso a explorar.

São ondas de rebeldia

E marés infinitas de calmaria

Oferecidas num longo beijo molhado.

Bocas divagando no mesmo barco

Sempre à deriva sem rumo traçado

Nem porto onde atracar.

 

Em instantes dementes

Soltamos os corpos ao vento

E agarrado nas minhas asas

Viajas por entre mares de mel

E jardins de tulipas vermelhas

Fascinado com o pôr do sol

Que pintei no céu só para ti.

 

Depressa chega a noite

Com o sol adormecido debaixo do olhar

Caminhando passo a passo

Para não o acordar.

Eterna cúmplice dos nossos pecados

Ela estende os lençóis na cama

E chama por nós cheia de desejo.

 

Vinde a mim amor eternecido

Em entregas desmedidas sem hora a limitar

Corpos recheados de hormonios

Com almas incendiadas ateadas na boca.

 

Liberte o demônio que essa paixão encerra

E queime o mundo à vossa volta

Sem temor una o seu suor molhado

Num mesmo todo em peles arrepiadas

E fundindo os nossos corpos com doçura...

Ouves o grito da noite, gemidos incontidos de amor .