Você foi !
Foi como desbravar um universo encantado, conhecer-te, ter-te ao meu lado. Cada minuto é uma pérola na tapeçaria do tempo, um relicário de instantes que compartilhamos, fragmentos de uma história entrelaçada pelo fio sutil do amor.
Recordo os risos, as palavras sussurradas ao vento e os olhares que falavam mais que mil promessas. Juntos, desbravamos caminhos, exploramos recantos do mundo e, em cada passo, deixamos marcas indeléveis de uma jornada que julguei eterna.
A nostalgia me envolve ao pensar nas confidências feitas sob o manto das estrelas, nos sonhos partilhados que pareciam esculpidos na pedra da eternidade. Cada expressão de amor, carinho e amizade é um tesouro guardado no cofre das minhas recordações.
Quisera que esse capítulo nunca encontrasse seu ponto final. Acreditava, com inocência, que era um para sempre esculpido nas estrelas. O futuro era uma tela em branco, e nossos sonhos eram as pinceladas que desenhavam um quadro de amor duradouro.
Já esboçava, em pensamentos, o contorno do nosso amanhã, vislumbrava nossos filhos, anjos enviados por Deus para iluminar nossos dias. Planejava a construção de um lar onde o amor fosse arquitetura e a amizade, o alicerce sólido.
Mas, como as estações que mudam, o destino nos conduziu por trilhas inesperadas. O que parecia imutável desfez-se como areia ao vento. E nesse desenlace, guardo o lamento daquilo que foi e não permaneceu.
Ainda assim, mesmo na melancolia da despedida, as lembranças são faróis que iluminam o presente. O que vivemos é um tesouro que o tempo não pode roubar, uma chama que permanece acesa no santuário da memória.
Por agora, guardo os momentos como relicários preciosos, sabendo que cada lágrima derramada na despedida é um tributo ao que fomos. E, no esconderijo da saudade, ergo um brinde ao passado, onde a poesia do amor foi escrita em páginas douradas que ainda ecoam nos corredores da alma.
Diego Schmidt Concado