"Seres distintos em busca de afeto".

Mistura audácia e cerimônia.

Avança dois passos e retrocede dez.

Investe na conquista.

Mas, me deixa sem pistas.

Do que realmente quer.

De uma sinceridade pouco sutil.

Daquelas que desconcerta,

Tira do prumo e devolve

Com a rapidez de uma raio.

Invade manhã, tarde, noite

Se desdobra na sensibilidade do querer.

Na atenção de se desejar presente.

Para reivindicar seu espaço.

Na mente, no coração, no corpo.

Ao fechar dos olhos.

Ao conceber da imaginação

O que podemos ou não vir a ser?

Sou ave de rapina à espreita.

A espera da presa…

Enrolo, ouço, vejo, sinto, memorizo.

Desejo, desejo e penso.

Penso, sou capaz de cativar?

Aquele que puni com a vontade de se dar?

E dia a dia somos incitados a isso.

Ao jogo divertido, a ânsia do querer.

Eis que sou impulsionada.

E a incompreensão do que tenho a lhe dar me consome.

Porque nem chega perto do que requer.

Você.

Centelha de luz

Frescor de brevidade tal qual o vento.

A soprar em meu rosto em dia quente.

Para lembrar que existe algo para além dos muitos muros.

Que construímos ao nosso redor.

E que pouco a pouco vira ruínas.

E permite nos entrevermos

E nos descobrirmos.

Como seres distintos em muitos aspectos.

Mas, que no fim de tudo,

Mais do que tudo.

Almejam algum afeto.

Blandos Vultus
Enviado por Blandos Vultus em 14/12/2023
Reeditado em 16/12/2023
Código do texto: T7953508
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