NUM OUTRO SORRISO
Desconecto de tudo que foste antes,
Que entregou-me a mais linda das realidades,
Aquela, jamais vista por mim,
De que pelo menos, por um momento,
A poesia se tornou carne de verdade.
E eis o apagar das luzes,
O encanto a qual permanece.
Que para sempre será a linguagem,
De meses, trazida pelos vastos mares.
Verbetes, hoje, estão mudas!
Mas caminhará para muitos lugares.
E já tem tanto de ti, oh, rimas,
Em novas preciosidades.
O ponto final de tudo!
Contudo, é o começo de todas as coisas.
A esfinge de tantas outras e,
O sublime tocar da musicalidade.
Aquilo que se esconde, será revelado!
Mais cedo, ou mais tarde, lembrado,
Quando o som das eternas trombetas,
Soarem nas catedrais imateriais.
O que se procura, ainda é incessante,
E vem a empossar de um espírito,
Que às vezes se transfigura,
Somente pela liberdade que vejo!
Graça plena de um ser vivente!
Este capaz de se recompor,
Reconsiderando muitas vertentes,
Concedendo a si mesmo,
O reacender das chamas.
Fostes e não voltarás a ser,
Porque mudas constantemente,
E ao abrir meus olhos, deparo-me,
Estando num outro sorriso iminente.
Poema n.3.022/ n.91 de 2023.