Não me entenderias

Lembro-me de um realejo,

tirando, certa vez, a minha sorte...

a vida, depois seguiu outro rumo,

tornei-me sujeito de mero consumo,

feri-me profundo, no mesmo corte.

Insano, reneguei o meu desejo.

Repeli possibilidades, contrafeito.

Por anos, tive vazio o meu leito,

inventando amores, totalmente insatisfeito,

querendo estancar tanta vida em morte.

Sorte? Nunca mais nenhum realejo.

Pelas ruas da cidade, o que agora vejo,

é meu olhar sem esperanças, nada para acreditar.

Em meu peito esse desejo inevitável de te amar...

SATURNO
Enviado por SATURNO em 28/12/2007
Reeditado em 25/07/2013
Código do texto: T795063
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