O que nunca foi esquecido

 

Grãos eivados de sonhos

nascem da profusão de flores no jardim

e falam à luz brilhante que surge ao longe.

E então... o silêncio da necessidade...

 

Tão longe, das pétalas aveludadas de tantas flores

e do olhar que brilha na escuridão,

surge, trêmulo, o poema de madrugada distante...

 

Rascunhado no coração...

Em cada costurar de linha,

um tsunami de amor.

 

Assim como, em cada estrada,

uma montanha para fazer lembrar

o que nunca foi esquecido...

 

E... o desejo de voltar para a hora anterior...

É como aquela lua, que mesmo longe,

não esquece seu itinerário

e sempre volta para cruzar nossa escuridão...

 

E, na quietude da noite,

num céu anilado de luz...

roça a montanha...

mergulhando a alma

em poemas de amor...

 

Imagem: Mônica Luniak