Agora Sou Ponto

E nesta ânsia sigo observando a chuva,

As palavras que do meu livro saltam aos meus olhos

Como as gotas de chuva na janela.

Sentindo-me cansada

De ser vírgula,

De emoldurar fronteiras

Em isolados silêncios

Pelo menos uma vez

Quero ser ponto.

Semelhante a outros pontos

Não mais identidades de ruído distante.

Mas concreta e decidida em harmonia consoante

De encontrados consentimentos.

O café quente reforça,

Que é tempo, bastam de vírgulas,

Agora sou ponto!

Juciane Afonso
Enviado por Juciane Afonso em 06/12/2023
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