Jano - André Espínola
Jano,
Tu que és o empregado,
Trabalhador mal pago
Do tempo,
Que deixas os portões
Sempre abertos
Do teu templo,
Os que outrora ficaram fechados
Duas vezes apenas
Em momentos
De paz.
Momentos esses
Que os do século
XXI não têm mais.
Jano,
Tu que organizas os anos
Em números ilógicos
E sequenciais
Ouves o que roga
Esse pagão mal posicionado
No mundo:
Fechas as portas
Do que passou
E as chaves
Jogas fora!
E abras uma nova
Que por ela entre
O meu amor.