"Uma via de mão dupla".
Não me culpe por querer o paraíso agora.
Neste minuto, exato instante, sem mais demoras.
Quando foi você que me levou tão perto dele por infinitas vezes.
E me deixou na cobiça.
Me fez desejar com tamanha intensidade e imediatismo.
Que o tempo tornou-se meu inimigo.
Não me julgues quando me despeço.
Digo adeus e me fecho.
Me enrolo num casulo, tento me proteger, me aquecer.
Por dentro me sinto partir em milhares de pedaços, Pequenos grãos como os de areia que caberiam em qualquer lugar.
Mas, nunca do seu lado, desejo louco desavisado.
Almejando estar em seu coração.
Você me têm e na sutileza com quem conduz suas ações desperta meus olhares.
Procuro desvender o porquê sou tão pouco.
Me entreguei, doei, deixei enxergar a melhor parte de mim e tocá-la como ninguém mais fez, profundamente.
Você foi dono do meu pensar, do meu querer e por vezes ainda acredito que seja.
Fecho meus olhos e respiro.
Penso que desejo que ainda fosse.
Entretanto, aprendi a aceitar aquilo que não posso mudar.
E assim eu sigo.
Nem tudo é sobre o tempo ou destino.
A complexidade está em nossas próprias ações, o que depende ou não delas.
E infelizmente, esse caminho que desejei um dia trilhar sempre foi uma via de mão dupla.