Horas entrelaçam
No fluir do tempo, onde as horas entrelaçam
A dor, como um rio, se esgueira e desaparece,
Deixando na margem da vida cicatrizes, marcas,
Mas a ausência se transforma em saudade, doce e terna prece.
No álbum do passado, uma fotografia antiga,
Cena congelada, lembrança que persiste,
Rostos que o tempo levou, mas a memória abriga,
E a saudade desperta, suave, como brisa triste.
Abre-se um baú de recordações, tesouros guardados,
Cada objeto, uma viagem no tempo, uma narrativa,
Histórias entrelaçadas, em sentimentos delicados,
Onde a saudade dança, sutil, na penumbra criativa.
Uma história relembrada é um fio que conecta,
Passado e presente, como um elo de saudade,
Cenas vividas, emoções que o coração respeita,
Num eterno retorno à doce melodia da intimidade.
E surge, de repente, um cheiro no ar,
Aromas do passado, trazendo à pele a lembrança,
É como se a presença ausente viesse visitar,
A saudade, agora, uma doce e eterna dança.
Assim, no palco do viver, a saudade se apresenta,
Como um poema escrito pelas mãos do tempo,
Um eco suave, uma canção que acalenta,
No coração, a memória é o eterno instrumento.
No entanto, mesmo na saudade, há beleza,
Poética manifestação do amor que não se desfaz,
Pois na dança da vida, cada lembrança, a certeza,
De que a ausência é só uma pausa, não o final da paz.
Diego Schmidt Concado