Amor a primeira vista
E nossos olhos se olharam e nos vimos pela primeira vez.
Ah se eu soubesse... Teria desviado o olhar.
Foi com um raio fendendo a terra, e mergulhei no abismo que se abriu.
Naquele instante, o tempo suspendeu sua dança,
E o universo inteiro testemunhou o nascimento de um destino,
Como se cada faísca nos olhos fosse a promessa de um amor imprevisível,
Um conto de fogo e sombras, escrito na pele de nossas almas.
A voragem da paixão nos envolveu como tempestade impetuosa,
E eu, inocente navegante, me entreguei às ondas do encanto,
Sem perceber que, no reflexo dos teus olhos, habitava um tumulto,
Uma tempestade silenciosa que se agitava nas profundezas da tua alma.
Ah, se pudesse recuar na dança dos segundos,
Desfazer o encontro que selou nosso destino,
Talvez evitasse a colisão de dois mundos prestes a se despedaçar,
Como estrelas cadentes que cruzam o céu para se perderem no infinito.
Mas o raio que nos uniu também acendeu a chama do desconhecido,
Uma jornada onde o arrependimento e a beleza coabitam,
Onde o abismo se torna trampolim para voos inexplorados,
E o amor, mesmo traído pelo arrependimento, persiste como fio de luz.
Assim, somos folhas ao vento, dançando na melodia do que poderia ter sido,
E, entre lamentos e suspiros, descobrimos que o destino é um tecido complexo,
Entrelaçado com fios de escolhas e arrependimentos,
E mesmo na escuridão do "e se...", há a poesia de aceitar o presente que se desdobrou.
Diego Schmidt Concado