Cartas
Pombos queridos,
Meus velhos e bons amigos,
Levem minhas cartas
Para toda a cidade.
Mostrem para todos
Que a criatividade
Foi liberta
E, com ela,
A alma de um poeta.
Cartas de amor,
Apenas cartas de amor.
A poesia de cada verso
Leva pra longe minha dor,
Me transporta para outro universo,
Um onde, com você, eu possa estar
E, enfim, os meus sentimentos
Te declarar.
Então, um convite irei te enviar.
Em meus versos levo sentimentos,
Não aqueles que são levados com o vento,
Mas os que morreram com minha alma,
Trazendo para mim a pura calma.
Vamos viver um romance,
De todos os livros que você leu.
Prometo me esforçar
Pra ser o seu Romeu.
Vamos viver vários clichês,
Uma comédia romântica.
Vou te trazer vários buquês,
Fazer várias cartinhas de amor,
Perdidas na Atlântida.
Eu gosto muito de você,
Só queria ter coragem para te dizer
O quão importante você é pra mim.
Sentimentos bobos você me faz sentir.
Quero fazer brincadeiras
Que para você nunca percam a graça.
Minha querida,
Ah, como eu queria perder de uma só vez
Toda essa insuportável timidez.
Escrever o que sinto em cada linha
Ultimamente tem me feito pensar em você.
Minha princesa,
Minha rainha.
Oi, meu bem,
Só queria saber
Se você tá bem?
Sabe aquele buquê
Que você me deu?
Eu quero citar,
Pois outra vez,
Olhando para ele,
Me fez apaixonar.
Agora tudo acabou,
Mas eu ainda olho para ele
Para rascunhar.
A paixão,
Tão lindas as formas
Da declaração,
Tão belas,
Magníficas
Formas de amor,
Puro, sem rancor.
Louco pelas cartas
Que nunca entreguei,
É triste pensar
Que nunca amei.
Aquelas cartas
Entregues na expectativa,
Na tentativa
De um amor,
Me ensinaram
Mais que um professor.
Tantas cartas já escrevi,
Tantos sonhos que nunca vi
Ou até mesmo vivi.
Acho que ainda não entregaram
Minha carta
Para minha amada.
Meus pombos
Ainda não acharam ela.
Eles ainda procuram minha Cinderela,
Só ela mesmo,
No mais súbito desejo.
Cartas e cartas,
Algumas
Deveriam ser rasgadas,
Pois elas levam dor,
Mesmo escritas com amor.