O Abajur
O Abajur queda-se na sombra pálida
Excelsa morada dos insetos humanos
Cujas figuras esfregam-se no tapete
Quase sem cor da sala abandonada.
As lembranças de velhas amigas
Altivez das tendas , suas praias areais
A noite a paz dos corpos desnudos
Madrugadas intensas e banais.
Sobre a mesa do Abajur um pedaço
De pão velho, um copo embaçado
Cheiro de perfume barato , mormaço
De sal invadindo o tempo ensolarado.