LÍRIO PRIMAVERIL

Mar plácido, sereno, brando

Guarda nos recessos, meu aliado,

Vela o beijo furtivo e roubado...

Leva em tuas ondas o segredo nefando!

Foi em teu seio, Ilha de Creta, ao soprar a monção

Ela, ornada em adornos, atavios e gemas

Aviltava as Mulheres de Atenas... Helenas

Selando com seus lábios a traição!

Ide, Mar de Creta, porém faz mudo o teu troar

E na beira da praia, onde quebra o mar,

Cobre da areia nossas pegadas...

... E se perguntarem de quem eram os risos e o canto

Fala das sereias, dos marinheiros e do pranto...

Jamais do Lírio Primaveril, das tantas juras e de tão poucas alvoradas!

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Observação

"tão poucas alvoradas" no texto está no sentido figurado de "tempo" , "o passar dos dias, anos"

André da Costa
Enviado por André da Costa em 02/12/2023
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