O infinito em teus braços

 

Ouvindo tua luz, sentindo o toque

de pluma branco-azulada de teus dedos

segredando profundezas insondáveis em minha alma,

percorrendo com sussurros inaudíveis a pele do coração...

 

Vês o meu coração, percebes minha essência,

colocas à descoberto o interior em chamas,

os olhos de auroras - purpurando o céu da alma -

a face enrubescida de timidez...

 

É quando a chuva cai das janelas da alma

- revelando a intensidade da emoção -

reboando cantigas ancestrais,

enquanto o céu jubila o voo dos pássaros,

o sabor terroso do gosto dos campos,

das coxilhas de horizontes que se estendem

como um tafetá, macio e airoso,

na noite que chega com o cheiro e o perfume

dos olhos líquidos de alfazema, argan ou beijoim,

adamascados de crepúsculos...

 

O infinito adormece em teus braços...

a mão pousada em teu peito...

o coração aquietado...

pejado de amor e paixão...