QUERO-TE

 

 

Oh sim, acende em meu corpo esse fogo,

Esse calor de um braseiro que consome!

Sê a minha roleta russa ou outro jogo,

Sê tu o alimento que sacia a minha fome!

 

Quero-te! Quero-te até o rasgar da pele,

Até esta agonia que leva lágrimas ao olhar!

O teu corpo arde ser céu, lua de mel,

E eu hei de ganhar asas, para nele voar!

 

Inventa o que quiseres, mas põe-se nua,

E sussurra o meu nome ao meu ouvido!

Pode ser um nome qualquer esquecido,

Porque direi ‘amo-te’ pra se ouvir na rua!

 

O depois será amargo ao certo.

Ficarei longe do teu abraço, do aperto,

Das tuas coxas mexendo de desejo,

E é tanta a luz, que cego já não vejo!

 

Não deixes fugir esta excelência união,

Feita do que é antigo e do que é moderno.

Deita tudo nesse fogo que é paixão!

Arde! Arde que é céu e parece inferno!

 

(Reedição)

 

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